Bem-vindos à rubrica Ones to Watch FM 19. Aqui pretendemos dar a conhecer os jovens jogadores que, para além de poderem entrar diretamente nos nossos 11, podem ter as maiores margens de progressão dentro do jogo, ajudando assim os nossos treinadores virtuais a alcançar outros patamares.
Trent Alexander-Arnold, 20 anos (Liverpool FC)
Estreia na equipa principal aos 17 anos, semifinalista da última edição da Champions, semifinalista no último Europeu, titular (quase) absoluto do lado direito da defesa e já com mais de 50 jogos oficiais com a camisola do Liverpool, Trent Alexander-Arnold não tem a mesma experiência competitiva de outros da sua idade. De facto, o jovem da academia dos Reds é um produto gerado, não só pelo seu talento, mas também pelo de Klopp e Lijnders.
Nascido e criado a cerca de 10 minutos do Centro de Treinos de Melwood, onde entraria com 6 anos de idade, Alexander-Arnold acabaria por jogar toda a sua formação a médio centro até aos seus 16 anos, altura em que começou a ser adaptado a lateral direito de modo a forçar a entrada na equipa principal do Liverpool, algo que veio mesmo a acontecer num jogo para a Taça da Liga Inglesa frente ao Tottenham, jogo que terminou na vitória do Liverpool por 2-1.
Capaz de jogar em toda a ala direita ou pelo meio do terreno, TAA é um jogador bastante ofensivo que gosta de chegar várias vezes à frente, encaixando bastante bem na equipa de Klopp. Muito bom tecnicamente e fisicamente, Trent tem também uma boa veia goleadora quer seja através de livres frontais à baliza (e.g. o seu golo contra o Hoffenheim em 2017) ou através de sobreposições interiores, aproveitando os meios espaços concedidos pela defesa adversária.
O maior problema do seu jogo é mesmo a sua capacidade defensiva, deixando por vezes demasiado espaço nas costas, no entanto isto é algo que com o tempo será corrigido. Apesar destas falhas defensivas, Nathaniel Clyne afirma que Alexander-Arnold é: “bom defensivamente (…) mas ainda tem de melhorar. (…) Esse é o seu próximo passo. Ofensivamente está mais perto do limite do que defensivamente, é nisso que estamos a trabalhar.”
Após uma excelente época o ano passado, em que realizou 33 jogos, é de esperar que Alexander-Arnold seja capaz de assegurar que o lugar direito da defesa dos Reds e da seleção inglesa seja só seu para os próximos anos.

Achraf Hakimi, 19 anos (Real Madrid, emprestado ao Borussia Dortmund)
Após a saída de Danilo para o Manchester City, o facto de o Real Madrid não ter contratado um novo lateral direito e com os problemas cardíacos revelados por Dani Carvajal no final de 2017, Zidane viu-se forçado a dar minutos a Achraf Hakimi, com o jovem marroquino a fazer 16 jogos em todas as competições, incluindo 2 na Liga dos Campeões e 5 na Copa del Rey.
Nascido em Madrid e na academia do Real desde os 8 anos de idade, Hakimi é já um internacional com alguma experiência, tendo realizado 14 jogos com a seleção marroquina, 3 deles no Mundial de 2018. Hakimi está emprestado ao Borussia Dortmund até ao final da época de 2020 e apesar de não ter opção de compra, o seu contrato com o Real acaba em 2021, e com a recente contratação de Álvaro Odriozola, penso que existe uma boa possibilidade de os jogadores o poderem contratar in-game logo após o final do seu empréstimo ao clube alemão.
Rápido e capaz de cobrir grandes porções do terreno de jogo, Hakimi é muito bom tecnicamente, o que se verifica não só na qualidade das suas bolas finais, seja através de cruzamentos ou passes a rasgar as defesas – tem já 2 assistências em 3 jogos da Bundesliga –, mas também exibe uma boa capacidade de fintar o seu adversário. Para além da sua qualidade ofensiva, Achraf é também um jogador versátil, sendo capaz de fazer toda a ala direita do campo e de cobrir, quando necessário, o lado esquerdo da defesa.
O principal problema com Hakimi é a sua capacidade de decisão quer seja ela com ou sem a bola, o jovem é muitas vezes apressado a tentar jogar, o que resulta em perdas de bola que geram contra-ataques adversários. Tem ainda de melhorar em termos de posicionamento ofensivo, visto que deixa muito espaço nas suas costas quando sobe, apesar deste tipo de erros serem constantemente corrigidos pelos virtuosos Varane e Ramos, não é algo a que o jovem se deva habituar a fazer.

Ryan Sessegnon, 18 anos (Fulham FC)
Desde da sua estreia na equipa principal do Fulham em 2016, Ryan Sessegnon tem sido um dos maiores alvos de interesse de clubes como Liverpool, Manchester City, Chelsea e Arsenal. No entanto, passados dois anos, o jovem lateral esquerdo continua a jogar pelo clube em que ingressou quando tinha apenas oito anos de idade.
Dotado de uma humildade incrível para um jovem da sua idade, muitas são as histórias de como chegou a lavar o equipamento depois de um jogo, porque não encontrou o roupeiro do Fulham, ou até das vezes que vai de autocarro para os treino, é esta sua personalidade que tanto encanta adeptos como colegas de equipa com o capitão dos londrino, Tom Cairney, a elogia-lo: “É a sua personalidade. É única.”
Rápido, capaz de tomar boas decisões e bastante hábil com a bola nos pés, Sessegnon é o prototípico lateral moderno capaz de fazer todo o corredor e terminar com um bom cruzamento ou passe para a finalização, evidenciado pelas 1.6 oportunidades de golo que criou, por jogo, na época passada. Aquilo que o destaca, em termos ofensivos, é a sua capacidade para aparecer em zonas de finalização dentro da área, mesmo jogando a lateral esquerdo. Foi esta capacidade de movimentação sem bola e aproveitamento de espaço que fez com que Slaviša Jokanović, treinador dos Cottagers, o testasse numa posição mais avançada no terreno, com esta mudança a culminar num retorno de 16 golos e 8 assistências em 49 jogos na época transata.
Ser-se bom ofensivamente normalmente traduz-se numa qualidade defensiva abaixo do que seria de esperar, principalmente quando se trata de um jovem lateral, e é essa a parte mais fraca de Sessegnon – apenas 3.3 ações defensivas bem-sucedidas, por jogo, na última época – algo que o jovem terá de melhorar no futuro. O seu outro maior problema é a sua composição física, não sendo particularmente forte, algo que o põe em desvantagem frente à grande maioria de extremos da Premier League, impossibilitando Jokanović de jogar o jovem à esquerda da defesa.
Após um início difícil de época, a sua primeira no principal escalão do futebol inglês, é possível esperar que o rendimento de Sessegnon aumente, principalmente na segunda metade da época ou mesmo no final da primeira volta, assim que o Fulham consiga assentar os seus pés na liga e dominar jogos com o seu típico jogo ofensivo de posse.

Menções honrosas: Diogo Dalot (Manchester United), Borna Sosa (VfB Stuttgart), Gian-Luca Itter (VfL Wolfsburg)