A entrevista de hoje não é com alguém ligado ao mundo do futebol, mas sim um dos impulsionadores da comunidade Portuguesa de fãs/jogadores de Football Manager. Hugo Ribeiro Lourinho é a pessoa que se trata, administrador do grupo Football Manager – Portugal Official.
Hugo fala-nos sobre os desafios de coordenar uma comunidade de mais de 25 mil pessoas, a evolução das mentalidades relativamente a cracks, a sua experiência na equipa de pesquisa do Football Manager e do golo do Ibarbo no FM16 que ainda hoje recorda!

POP: És administrador do maior grupo de fãs Portugueses do Football Manager, como tal sucedeu e quais têm sido as tuas grandes lutas/conquistas no seio do grupo.
Hugo Ribeiro Lourinho: Desde já, agradeço o convite para a entrevista e dizer que é uma honra ser alvo desta entrevista da vossa parte.
Em relação ao grupo, a verdade é que foi algo de rompante. Recordo-me dos anteriores administradores (Ricardo Gomes e o Zé) que me convidaram para o cargo após alguns meses de filiação, onde dei uma nova vida ao grupo, através de vários posts interactivos que o fomentaram e proporcionaram um rápido crescimento, por lá me mantive até ao momento. Não é fácil gerir um grupo tão grande, ainda por cima com o pouco tempo disponível que tenho hoje em dia, mas é um esforço que vale a pena.A grande luta é sempre a mesma: ganhar ainda mais fãs do jogo! E admito, o grupo conquistou muitos jogadores no nosso país.
POP: A fanbase do Football Manager está cada vez mais envelhecida, devido às novas gerações preferirem jogos que se possam iniciar e jogar em questão de momentos, e não tanto jogos de estratégia e que tenhas de perder tempo a preparar ao pormenor cada detalhe do jogo. Tens notado isso com o número de pessoas no grupo e o que tens a dizer?
Hugo Ribeiro Lourinho: Sinceramente no grupo não se nota porque todos os membros são fãs da saga, mas a realidade é que o ‘gamer’ gosta sempre de jogos mais simples e com mais interactividade (prova disso foi o modo criado pela própria SI para haver uma época de menor duração). Mas a faixa etária do FM suspeito que seja superior aos 20 anos, há muitos membros já com ‘a vida feita’ activos no grupo, e ainda bem!
POP: Os posts a pedir cracks para o jogo, ainda são muito habituais, mas já notas melhoria, comparativamente com antigamente?
Hugo Ribeiro Lourinho: Sem dúvida. É um orgulho enorme ter membros a defender a compra do jogo sistematicamente e muitos a oferecerem-se para comprar o jogo a meias.
POP: Todos os dias, vemos utilizadores a pedirem reforços para clubes de topo, nem sempre para a 1ª ou 2ª épocas, mas para épocas posteriores, como se existissem soluções milagrosas e universais para todos os saves. Não te faz confusão e como reages?
Hugo Ribeiro Lourinho: Fazer confusão, faz. Mas o grupo serve para isso, sei que há quem não seja correto como responde mas, às vezes quem questiona é pela motivação de conhecer alguns talentos ‘escondidos’. Há quem tenha uma DB na sua cabeça muito extensa e outros jogadores nem tanto.
POP: Voltando ao início, como surgiu esse bichinho pelo CM/FM e qual foi a primeira versão que jogaste?
Hugo Ribeiro Lourinho: O bichinho veio do Premier Manager 01/02, que veio com a revista ‘BeGamer’, depois fui ganhando gosto e experimentei o CM4. Desde aí tornou-se um jogo de eleição para mim, aliás, eu sou jogador de consola e só ligo o computador para jogar FM!
POP: Foi também a versão que mais jogaste, ou foi uma outra posterior? Deduzo que tenham acontecido muitas noitadas, competições com amigos e não só. Nunca te afectou a nível de estudos?
Hugo Ribeiro Lourinho: A que mais joguei foi sem dúvida a do FM08. E sim, noitadas, online, offline.. bem, foi qualquer coisa! Foi mesmo a versão que perdi imensas horas. E foi o jogo que me ensinou a ter noção do que é criar tácticas e treinos e tudo mais. Foi aí que acendeu a verdadeira paixão pelo jogo.
POP: Posteriormente entraste na equipa de pesquisa, no ano zero de mudança de Head Researchers. Que achaste dessa tua passagem? Tendo em consideração a tua experiência com o editor, pensavas que era assim algo tão complexo?
Hugo Ribeiro Lourinho: Fantástico. Foi uma experiência extraordinária. E quem me conhece bem, sabe que por mim ainda lá estava, mas o tempo não me permite dar um contributo decente e com a atenção que exige.
Nunca pensei que fosse tão complexo, mas compreendo tal minuciosidade no processo, só assim o jogo pode ter um elevado grau de qualidade, e, mesmo tendo sido um updater reconhecido, não tem nada a ver que aquilo que trabalhamos no editor do jogo.
POP: Consideras que há diferenças no antes e pós mudança de Head Researchers da base de dados Portuguesa?
Hugo Ribeiro Lourinho: Diferença brutal. Existe rigor, existe critério e acima de tudo sintonia entre todos os membros da POP. Finalmente o FM tem atributos de valorizar. Há reconhecimento da qualidade de cada jogador e potencial do mesmo. E talvez isso tenha mudado muito a mentalidade dos novos jogadores que são activos.
POP: Muitos anos já se devem ter passado desde que jogaste pela primeira vez! Ainda consegues ter tempo para jogar todas as novas edições?
Hugo Ribeiro Lourinho: Muitos e muitos, qualquer dia já vai para duas décadas! Tenho pena do meu tempo ser tão escasso que há semanas que nem o computador ligo, mas quando entro numa fase de FM, faço uma época em pouco mais de dois dias!
POP: Gostarias que o FM se tornasse um Esport com campeonatos nacionais? Participarias?
Hugo Ribeiro Lourinho: Sem dúvida que sim e por várias razões, uma delas que a visibilidade de um jogo que só se concentra numa plataforma, e iria ganhar uma massa adepta ainda maior, logo iria atrair mais “gamers”. E obviamente que ver um dos meus jogos de eleição na ESports era algo fantástico.
Se participaria? Como jogador não, mas como organizador sem dúvida que gostava de o ser.
POP: Que novas funcionalidades gostarias de ver implementadas no jogo?
Hugo Ribeiro Lourinho: O jogo está tão complexo que acho difícil ganhar mais algo, estou bastante satisfeito com toda a interactividade que o jogo oferece. Talvez melhorar alguns aspectos nos treinos, que os jogadores ficam descontentes muito facilmente com poucas semanas de treino individual.
POP: Conta-nos uma história engraçada que já tenhas tido com o Football Manager?
Hugo Ribeiro Lourinho: Uma história… tenho algumas, mas vou contar um save online, com os meus amigos do costume (O António e o Rúben). Estávamos a fazer uma liga italiana (no FM16) eu no Milan, o António na Roma e o Rúben no Inter, e começámos todos a rir quando eu gastei uns 150M e o Rúben andou a comprar Diogo Viana e Licá.
O António é mais poupado e só comprou 2 ou 3 jogadores… mas o momento em que nos rimos foi mesmo quando o António estava a jogar na Champions contra o Real Madrid e ele já se estava a entregar à dificuldade.
Nós todos jogávamos no Skype a falar (era recorrente o Rúben adormecer na chamada e parar no jogo) e nesse jogo aos 60’ com o jogo em 0-0 o António pausa e pergunta – amigos que fazer? – Eu em sintonia com o Rúben, respondemos, ‘mete o Ibarbo em campo’ e ele hesitante, lá o meteu. Quando ele vê o Colombiano a marcar o 1-0 gritámos os três ao mesmo tempo, golo e posteriormente, ainda teve tempo para bisar. Ficamos super extasiados, e ainda hoje falamos do ‘mete o Ibarbo’!
Respostas rápidas:
Equipa favorita para jogar (sem ser três grandes)?
A.C. Milan
Liga favorita?
Premier League
Jogador favorito de todas as edições?
De todas não consigo dizer, mas talvez iria para o Kara que foi dos que mais comprei desde o FM13.
Táctica favorita?
4-4-2 com um MC – construtor de jogo avançado e um MDC – Construtor de jogo recuado.
Maior batota?
Foi no FM07 com o Sporting, meti vários treinadores para ir buscar o Kompany e o Van Der Vaart (ainda no Anderlecht e Ajax) e injectei imenso dinheiro.
Maior feito?
Vencer a liga com a Fiorentina na 1.ª época/vencer uma liga online entre amigos com o Manchester United (éramos 6).
